Amizade Literária: “O conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas

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Uma amizade que começa em meio ao desespero e na solidão. Quando os olhos se acostumam com o escuro e até mesmo a sua própria voz assusta… Foi nesse contexto que surge o meu personagem predileto da obra “O Conde de Monte Cristo”.

O abade Faria foi um personagem que instigou a minha criatividade e que ainda me faz sentir emocionada ao lembrar de sua trajetória no livro. Toda vez que ele aparecia (ou era mencionado), as lágrimas de emoção e admiração surgiam nos meus olhos… precisei ler 2x (pelo menos) toda vez que ele apareceu no livro.

Ele é uma figura que levarei comigo para a vida. Ele é um gênio e sinto como se fosse alguém que eu tivesse conhecido no trabalho ou na roda de amigos. Sinto um carinho muito grande por ele e me encanta saber que ele foi baseado em uma pessoa real: o nome do moço era Abade Torri.

Me peguei imaginando várias possibilidades para ele dentro do universo do livro, então a sensação de “e se…?” foi a minha companheira nessa leitura. Acho inevitável não imagina-lo em diversas situações… até porque ele foi decisivo no livro. 

Assim como no livro, para mim, ele é a luz que aparece no escuro da solidão e da tristeza. “Luz” tanto no sentido iluminista, pois é a razão que nos coloca no chão, quanto de conforto em um ambiente escuro e hostil.

Queria muito me estender e falar sobre cada ponto que admiro nele… mas vou apenas recomendar que leiam a obra-prima que é “O conde de Monte Cristo” e espero que se encantem com o personagem assim como eu ❤️

Book Review: “O corcunda de Notre-Dame” de Victor Hugo

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Antes de ler a resenha, peço que esqueça TUDO o que sabe sobre o corcunda do filme da Disney. O Quasímodo, nome do corcunda sineiro da Catedral de Notre-Dame, é completamente mais real e adequado para o seu mundo.

Como esperar bondade e amor de quem sempre ganhou risadas e maus tratos? Como esperar carinho de quem só levou tapada em uma sociedade medieval? Aqui nós precisamos colocar nossos pés no chão e entender esse personagem complexo de Victor Hugo. O corcunda é tão genial que conseguiu encontrar amor em um ambiente sem esperança tomado pelo terrorismo de Estado e religioso.

O retrato de uma Paris medieval é PERFEITO. Não tem outra palavra para descrever, pois Victor Hugo estudou tudo com muito detalhe e carinho. Você se sente no período por causa da descrição perfeita do cenário da obra e também pelos institutos da época.

A obra gira em torno de alguns personagens centrais. Tudo começa com Frollo, o padre, que resgata Quasímodo do abandono quando criança. Em um belo dia, o padre e o corcunda acabam conhecendo uma jovem cigana chamada Esmeralda – e aí que o negócio pega! Porque Esmeralda acaba encantando todo mundo e fazendo que ocorra diversas reviravoltas na vida de todos os personagens da obra (sem exceções).

A obra veio em um período que se pensava em derrubar a catedral. Victor Hugo, bastante preocupado, escreveu a obra como uma forma de preservá-la: mostrando o quanto ela é interessante, importante e deixava de lado. Muitos acham que o corcunda é a própria representação do que pensavam da catedral na época, como algo estranho e feio.

Na minha opinião de leitora, o protagonista da obra é Esmeralda. Ela quem faz os altos e baixos da obra, sendo heroína e vítima. Ela é um ícone de resistência em Paris: mulher, criada por ciganos (egípcios, como falavam na época) e trabalhadora das ruas.

Book Review: “A Volta ao Mundo em 80 Dias” de Jules Verne

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“Why, you are a man of heart!” “Sometimes,” replied Phileas Fogg, quietly; “when I have time”.

VERNE, Jules. Four Novels. Canterbury Publishing House. Page 595.

“A volta ao mundo em 80 dias” foi o meu primeiro contato com as obras de Jules Verne e eu achei bastante interessante. É um livro de aventura bastante engraçado e matemático.

Eu odeio matemática (por isso virei advogada haha), mas ela foi um elemento essencial nesse livro e fez tudo parecer bem mais interessante (por incrível que pareça!).

A obra nos conta um pouco quando o monótomo Sr. Phileas Fogg, um homem inglês solitário, rico e altamente calculista, decide apostar com seus amigos do Reform Club que conseguiria dar a volta ao mundo em 80 dias por conta dos avanços tecnológicos da época. Tal assunto surge por conta de um roubo de £ 55.000,00 que ocorreu no Banco da Inglaterra, no qual o ladrão fugiu seu deixar rastros. Phileas acredita que o ladrão pode estar em qualquer lugar.

Ele e seus amigos travam uma aposta de £ 20.000,00 sendo que Phileas deve estar de volta ao Reform Club no dia 21 de dezembro de 1872. Sendo assim, Phileas parte o mais rápido possível para a viagem com o seu criado Jean Passepartout, um jovem francês recém contratado. O trajeto da viagem é o seguinte:

(1) De Londres – Para Suez (paquete e caminho-de-ferro) 7 dias / (2) De Suez – Para Bombaim (paquete) 13 dias / (3) De Bombaim – Para Calcutá (caminho-de-ferro) 3 dias / (4) De Calcutá – Para Hong Kong (paquete) 13 dias / (5) De Hong Kong – Para Yokohama (paquete) 6 dias / (6) De Yokohama – Para São Francisco (paquete) 22 dias / (7) De São Francisco – Para Nova Iorque (caminho-de-ferro) 7 dias / (8) De Nova Iorque – Para Londres (paquete e caminho-de-ferro) 9 dias.

Toda a viagem fica famosa e a Inglaterra inteira começa a torcer pelo Phileas. Todavia, durante o percurso, o detetive Fix suspeita que Phileas praticou o roubo e está de fato fugindo ao redor do mundo. Sendo assim, o detetive segue o inglês durante toda a viagem ao redor do mundo e tornou o livro ainda mais engraçado. Jean é super tonto e acaba fazendo amizade com o detetive e relevando segredos sobre seu chefe.

Não vou contar o fim do livro, pois ele é super emocionante e cheio de aventuras. O que mais gostei foi a oportunidade de descobrir mais sobre o Império Britânico e as peculiaridades das cidades nas quais eles viajaram, obviamente sob uma perspectiva eurocêntrica.