Book Review: “Persuasão” de Jane Austen

Resenhas

Que delícia começar o ano com Jane Austen! “Persuasão” foi uma leitura bastante diferente comparado com as outras obras da escritora. Foi bastante aprofundado em questões maduras, como o sentimento de solidão, arrependimento e amor até.

A obra foi parcialmente baseada na própria vida de sua autora e consegui me sentir mais próxima ainda da Jane no decorrer da leitura. Pensar que ela pode ter passado por situações parecidas com as da personagem principal fez meu coração apertar um pouco. Mas eu sei que, assim como Anne, Jane era corajosa e destemida.

O livro nos conta um pouco sobre Anne Elliot, uma mulher de 27 anos, que acaba por reencontrar o seu ex-noivo (Capitão Wentworth), agora um oficial da marinha. Eles não haviam ficado juntos pois ele foi considerado como um homem sem tradições e sem conexões familiares importantes. E Anne precisará lidar com a convivência num mesmo ambiente em que seu ex-amado kk.

Nessa leitura conseguimos acompanhar os sentimentos de Anne e o quanto ela é uma personagem acessível. Ela não é exageradamente destemida e ousada como muitas heroínas de Austen… ela é apenas a Anne. Ela é individual, complexa por si mesma e isso basta. Por isso acho que ela é a heroína mais paupável das obras de Jane Austen.

Talvez essa proximidade que criamos com Anne se dá pelo fato de Jane Austen ser a própria inspiração da personagem. Assim, sabemos como realmente uma pessoa comum agiria ou se sentiria nas situações retratadas na obra.

Indico a leitura para todo mundo! Em especial, para aqueles que já conhecem a escritora e podem valorizar essa aproximação que sentimos em “Persuasão”.

Live sobre Direito Civil e Jane Austen

Direito na Literatura

Pessoal, tudo bem com vocês?

Vim aqui dividir com vocês a participação que fiz em uma live com a Jane Austen Sociedade do Brasil. Foi um prazer conversar com especialistas e dividir um pouco dos meus estudos sobre o Direito na época da Jane Austen.

Espero que vocês gostem! Caso queira acessar os vídeos específicos sobre casamento, divórcio, direito de propriedade e adoção, visite o IGTV do @livrosdelei no Instagram.

Book Review: A Abadia de Northanger de Jane Austen

Resenhas

“Aquele que, homem ou mulher, não sente prazer na leitura de um bom romance deve ser insuportavelmente estúpido”.

AUSTEN, Jane (1775-1817). A Abadia de Northanger / Jane Austen, tradução de Roberto Leal Ferreira – São Paulo: Martin Claret, 2018.

Como parte do especial de Jane Austen que preparei nessa semana, resolvi publicar um review de “A Abadia de Northanger” da escritora. Li a versão em livro publicada pela Martin Claret. Caso tenha interesse, segue o link especial para compra: A Abadia de Northanger

O livro, que foi inicialmente intitulado Susan, começa com um aviso de Jane Austen para os leitores referente às diferenças culturais que podem ser encontradas no decorrer da leitura. Isso porque há uma diferença de 13 anos entre o período em que ela escreveu até a sua publicação. “Pede-se, pois, ao leitor que não se esqueça de que se passaram treze anos desde que ela foi terminada, muitos mais desde que foi iniciada, e, durante tal período, lugares, maneiras, livros e opiniões sofreram mudanças consideráveis” (p. 8).

Ainda, uma curiosidade bem legal sobre a obra: “Após a morte de Jane Austen, que ocorre em 18 de julho de 1817, seu irmão Henry Austen faz publicar o romance, no final de dezembro de 1817 (a data de 1818, na página de título, resulta dos inúmeros desencontros e confusões acerca da publicação), e o título é mudado, provavelmente por Henry Austen, para Northanger Abbey. Talvez assim evocaria os romances góticos, em voga na época, apresentando castelos misteriosos”. Fonte

O livro começa nos mostrando um pouco a vida de Catherine Morland com a sua família em um vilarejo em Wiltshire. Todavia, assim que ela tem idade o suficiente para frequentar à festas e conhecer outras pessoas, ela parte com o Sr. e a Sra. Allen para Bath, uma cidade grande, para frequentar o ciclo social.

Nos bailes, Catherine acaba conhecendo a Isabella Thrope e se tornam muito amigas. James, o irmão de Catherine (e que por acaso estava na cidade), se apaixona por Isabella e o Sr. Thorpe (irmão de Isabella e amigo de James) se apaixona por Catherine. Mas, ao conhecer melhor o Sr. Thorpe, ela percebe como ele é um rapaz chato, desagradável e que só pensa em falar de cavalos e carruagens.

Bath se torna um lugar especial quando Catherine conhece Henry Tilney, e aproxima-se da irmã dele, Eleanor, com quem faz amizade. Ela se apaixona por Henry Tilney e se torna a garota mais feliz do mundo quando é convidada para ir à Abadia de Northanger, propriedade da família Tilney. Ela acredita que essa é a sua oportunidade de viver suas aventuras sombrias em mosteiros góticos.

Nessa hora que eu me apaixonei pela história! Toda a rotina de Bath foi interessante (principalmente para quem se interessa na cultura no período “regency England”), mas nada como a ida para Northanger. Foi nessa hora da história que eu comecei a sonhar sozinha imaginando tudo junto com a Catherine.

Ela se dá bem como todo mundo, inclusive com o Sr. Tilney (pai de Eleanor e Henry), mas chega a um ponto que é praticamente “expulsa” do nada. Depois descobrem que o Sr. Tilney a expulsou por conta de uma conversa que ele teve com o Sr. Thorpe (idiota). Como ele estava apaixonado por Catherine e não aceitou que ela teria escolhido o cortejo de Henry, ele decidiu falar coisas horríveis de Catherine para o Sr. Tilney, que, preocupado, a expulsou.

Mas, como sempre, tudo terminou bem e ela é pedida em casamento por Henry.