Seguindo nesse clima de Halloween, hoje vim falar um pouco sobre uma obra que é muito além de nós mesmos: a lenda do cavaleiro sem cabeça.
Esse é um clássico que ultrapassa gerações por sua originalidade e narração única. O narrador é divertido e faz com que a gente se sinta em Sleepy Hollow, a cidade em que a lenda e outros fantasmas se passam. Foi um conto super curtinho e impactante. A leitura flui super bem e eu fiquei contagiada com a sua originalidade.
A obra nos conta um pouco sobre Ichabod Crane, um professor de uma pequena escola localizada no assentamento americano-holandes de Tarry Town, na região de Nova Iorque. Ele busca ascensão social conquistando Katrina Van Tassel, filha de um grande fazendeiro. Mas, para conseguir pedir a mão de Katrina, ele precisará enfrentar o valentão da cidade Abraham “Brom Bones” Van Brunt.
Existe, como dito na brilhante introdução da Editora Wish, um ponto bastante problemático com relação ao racismo na obra: na parte em que o protagonista Ichabod Crane recebe o convite para uma festa importante por meio de um mensageiro negro. O referido mensageiro se preocupa com a postura e tenta ser o mais educado e sofisticado possível, mas acaba sendo motivo de chacota do próprio Crane.
Precisamos recordar que a obra e vida de Washington Irving se passa durante a Guerra Civil Americana, na qual houve o combate entre a região norte abolicionista e o sul escravagista. Logo, a escravidão era um fato comum.
Mas não justifica o fato de Irving ter se ausentado de discussões políticas da época… enfim! Precisamos aprender com o nosso passado para não repetir esses erros no futuro, então leiam esse livro clássico e de altíssima qualidade (sem perder o senso crítico).