“Era a hora de ir embora, mas uma sensação estranha nasceu dentro de mim, uma vontade de desafiar o destino, um desejo de lhe dar um cascudo, de mostrar a língua para ele”
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. O Jogador – Tradução de Rubens Figueiredo. Companhia das Letras. São Paulo, 2017. P. 37
Assim como Thomas Mann, achei esse romance maravilhoso! A obra foi lançada em 1867 e nos conta um pouco sobre uma viagem feita por Alexei Ivánovitch, um jovem professor sem grandes objetivos de vida e perdidamente apaixonado por Polina.
“O jogador” trata de um assunto que Dostoiévski conhecia bem, que era o jogo em cassino. Isso é até possível notar por conta dos ricos detalhes que aparecem na obra de como funcionam as casas de jogos e o comportamento dos próprios jogadores. Dostoiévski jogou, pela primeira vez, em Wiesbaden no ano de 1862. O jogo se tornou a paixão do escritor até 1871. Durante esse período, ele jogou em Baden-Baden, Homburg e Saxon-les-Bains frequentemente. Rumores de que ganhava pouco e perdia muito.
Outro ponto interessante, e abordado por Rubens Figueiredo na edição da Companhia das Letras – Penguin, é que a obra foi escrita às pressas para que o escritor pudesse saldar as suas dívidas.
Agora voltando para o livro: a narrativa se dá em primeira pessoa, no ponto de vista de Alexei Ivánovitch, que é professor e trabalha para uma família russa que viaja para um hotel alemão. O patriarca dessa família (chamado de General) está endividado com um francês chamado de Grieux e a sua grande esperança é a herança que será deixada na morte de sua avó rica (conhecida como “Vovó”).
Alexei Ivánovitch é perdidamente apaixonado pela sobrinha do patriarca (Polina) e aceita a proposta de jogar por ela no cassino. Assim, ela lhe entregava o dinheiro e ele apostava para ela. Polina não conta para ele o motivo de precisar tanto dinheiro, mas insiste para que ele jogue. Ela trata ele super mal e com bastante diferença. Ela é uma personagem bem malvada e ri bastante da cara do Alexei.
Alexei fica no escuro sem saber o que acontece até que o Mr. Astley, um senhor inglês tímido, conta o que se passa com a família russa. Mr. Astley parece estar apaixonado por Polina também e ser um nobre inglês.
Mas a histórica fica mesmo emocionante quando Alexei promete lealdade extrema à Polina e isso resulta em consequências irreversíveis. Outro ponto que amei é a Vovó, uma personagem icônica e mega divertida!
Eu gostei muito desse livro e ele é super envolvente (do começo ao fim!). Acho que é uma ótima opção, junto com “Gente pobre”, para começar a ler Dostoiévski.